Altier Moulin, jornalista responsável pelo Blog Pé na Estrada, esteve em Laguna, Imbituba e Garopaba por alguns dias no mês de setembro a convite do Sebrae, para divulgação da Rota da Baleia Franca. Laguna, aos olhos do editor, teve destaque especial no seu blog, especialmente o Centro Histórico e o Farol de Santa Marta.
Confira parte da matéria (O link completo pode ser acessado aqui: https://www.penaestrada.blog.br/laguna-a-cidade-de-anita-garibaldi)
Antes de chegar aqui, eu pouco tinha ouvido falar desta pequena cidade do litoral de Santa Catarina. Laguna tem, aproximadamente, 45 mil habitantes, mas sua história e importância para nosso país são imensas, e eu aposto que você nem faz ideia disso.
Laguna foi o ponto final do Tratado de Tordesilhas, aquela linha imaginária que dividia o Brasil entre as Coroas portuguesa e espanhola, como aprendemos nas aulas de história. Daí, para ocupar o território, o Império Português mandou para cá algumas dezenas de famílias açorianas que, de fato, deram início a colonização dessas terras.
Na cidade, também está o Farol de Santa Marta, que pode ser visto a uma distância de, aproximadamente, 85 quilômetros. Ele tem 29 metros de altura, foi construído em 1891 e suas paredes têm dois metros de largura, feitas com óleo de baleia, no tempo em que a caça desses animais era essencial para a economia da região.
Laguna, a cidade de Anita Garibaldi.
A cidade de Anita
Outra história muito famosa na cidade é a de Anita Garibaldi. Embora, provavelmente, você já tenha ouvido sobre sua fama, talvez ainda não saiba que essa moça nasceu e viveu em Laguna. Anita - que se chamava Ana Maria de Jesus Ribeiro - era de uma família pobre. Para você ter uma ideia, ela nunca tinha calçado um sapato até, curiosamente, se casar com um sapateiro, por interesse de sua mãe que precisava de ajuda para sustentar os dez filhos.
Como o casamento andava mal, Anita conheceu o revolucionário Giuseppe Garibaldi, com quem se casou mais tarde, e embarcou na luta pela proclamação da República e pela independência dos estados do Sul. A história é longa, superinteressante e fica ainda mais fantástica quando você conhece os lugares onde tudo isso aconteceu, e eu tive a sorte de estar acompanhado da guia Tatiana Haubrich, que se vestiu como Anita.
Casa de Anita | Na primeira rua de Laguna, ainda hoje, está a humilde casa onde Anita Garibaldi morou com seu primeiro marido, Manuel Duarte de Aguiar. A construção segue o padrão açoriano, muito comum na época: uma porta e uma janela voltadas para a rua, sem muitos detalhes ou desenhos.
Se a casa é humilde, o terreno é grande e alcança a outra rua, na parte de trás, onde funcionava a sapataria de Manuel. Hoje, o imóvel é considerado patrimônio histórico, mas permanece fechado, não sendo possível a visitação.
Museu Casa de Anita | Ao lado de Igreja Matriz, fica outra casa de Anita. Embora ela não tenha morado aqui, mas usado o espaço para se preparar para o primeiro casamento, na casa, funciona um pequeno museu em seu nome.
Fotos, documentos, móveis e objetos da época em que Anita viveu em Laguna ocupam cômodos espaçosos, mas o que eu achei mais curioso foi a urna que guarda um pouco de terra da sepultura de Anita Garibaldi, enterrada no cemitério de Ravena, na Itália.
Além disso tudo, a casa ainda tem outro atrativo: a arquitetura. Pintada em um amarelo forte e com janelas azuis, a moradia foi construída em 1711 e é a casa mais antiga do sul do país. Aqui, observe o telhado com telhas artesanais, feitas nas coxas dos escravos, e a eira, detalhe que mostrava quanto de imposto o morador pagava para a Coroa.
